
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (23) que exagerou quando afirmou que “colocaria a cara no fogo” pelo ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, mas que bota “a mão no fogo” pelo ex-dirigente do MEC e por outros ministros. Bolsonaro também afirmou que continua “acreditando” em Ribeiro que, segundo ele, “nem devia ter sido preso”.
“Eu falei lá atrás que botava a cara no fogo por ele. Eu exagerei. Mas eu boto a mão no fogo pelo Milton. Assim como boto por todos os meus ministros, porque o que eu conheço deles, a vivência, etc, dificilmente alguém vai cometer um ato de corrupção”, afirmou Bolsonaro em durante a live semanal.
O ex-ministro foi preso nesta quarta-feira por suspeitas de envolvimento em corrupção e tráfico de influência durante sua gestão à frente do Ministério da Educação. Também foram presos e alvo de mandados de busca e apreensão os pastores lobistas Arilton Moura e Gilmar Santos, por suspeitas de crimes na liberação de recursos do MEC para prefeituras, além de Luciano Musse, ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva da pasta, e o ex-assessor da Secretaria de Planejamento Urbano da prefeitura de Goiânia Helder Bartolomeu.
Nesta quinta-feira, o desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), aceitou um habeas corpus apresentado pela defesa do ex-ministro e mandou libertá-lo. A decisão é liminar e vale até o julgamento do caso pela Terceira Turma do TRF-1. Ney Bello não determinou a aplicação de nenhuma medida alternativa à prisão, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Ao longo da sua declaração, Bolsonaro saiu em defesa do ex-ministro. Afirmou, por exemplo, que o juiz responsável pela determinação da prisão de Milton, Renato Coelho Borelli, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, foi responsável por “várias ações contra o governo”.
Bolsonaro também relembrou o início do caso, quando o jornal “Folha de S.Paulo” publicou um áudio no qual Ribeiro afirma que prioriza a liberação de verbas prefeituras cujos pedidos foram negociados por dois pastores. No áudio, o ministro afirmou que atendeu a uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro.
“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. […] Por que ele? Porque foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar“, disse o ministro na conversa.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que Milton falou publicamente que atendia a todos os prefeitos, mas “preferencialmente” os “indicados” pelos pastores “para dar uma moral”. Bolsonaro afirmou que não é “nada demais”.
“Milton, que ele falou publicamente, falou para várias pessoas, olha, nós atendemos a todos os prefeitos, independente de partido, atendemos a todos, agora, preferencialmente, os indicados pelo pastor tal, para dar uma moral pra ele, nada demais”, afirmou.