
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse a Wolf Blitzer, da CNN, na quinta-feira (7), que a Ucrânia não está disposta a ceder nenhuma de suas terras à Rússia, mantendo-se firme que uma concessão de território ucraniano não fará parte de nenhuma negociação diplomática para acabar com a guerra.
“Os ucranianos não estão prontos para doar suas terras, para aceitar que esses territórios pertencem à Rússia. Esta é a nossa terra”, disse Zelensky em uma entrevista exclusiva transmitida na quinta-feira no “The Situation Room” da CNN.
“Sempre falamos sobre isso e pretendemos provar isso”, acrescentou.
Zelensky falou à CNN ao mesmo tempo em que um de seus principais aliados ocidentais, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, anunciou que renunciaria. Falando em ucraniano por meio de um tradutor, Zelensky disse estar confiante de que a política britânica em relação à Ucrânia “não mudará”, mesmo que a liderança do país esteja em situação conturbada.
“Ele renunciou não porque estava na Ucrânia. Acho que, pelo contrário, o que Johnson tem feito pela Ucrânia está nos ajudando muito. Eu o considero um amigo da Ucrânia, mas acho que sua sociedade também apoiou a Ucrânia na Europa. É por isso que eu acho que o Reino Unido está do lado do bem, do lado da Ucrânia”, disse Zelensky.
“E tenho certeza de que a política do Reino Unido em relação à Ucrânia não está… mudando por causa da renúncia de Boris Johnson. Nossas relações obviamente ganharam muito com a compreensão de Boris Johnson sobre as coisas. Passamos por muitos momentos dramáticos recentemente. A ajuda que necessária que recebemos foi entregue rapidamente … se (sua renúncia) afetará essa velocidade de ajuda eu não sei. Vou rezar a Deus para que isso não afete essa ajuda”.
A guerra da Rússia com a Ucrânia já dura mais de quatro meses, sem nenhum sinal de que um dos lados recue em breve.
Os primeiros sucessos da Ucrânia forçaram a Rússia a reduzir seus objetivos iniciais de derrubar Kiev, e as forças de Moscou agora se concentraram em tomar território no Leste da Ucrânia. As forças russas já ocuparam a maior parte da região de Luhansk, fora de alguns bolsões de resistência, e estão pressionando as cidades de Donetsk.